13 de janeiro de 2013

13° Sessão - A Casa Assombrada

Rua Otaviano Hudson, nº 28, Copacabana, Rio de Janeiro
Missão: Localizar e neutralizar ameaças 




Zathara
Zathara despertou e estava amanhecendo. Por muitos anos isso tornara-se parte de sua rotina no exército: acordar antes do alvorecer. Aprendera a gostar disso, embora se sentisse cansado e seu corpo pedisse mais algumas horas de sono, mas não poderia. Tinha uma missão a cumprir. Simples, mas necessária.


Algumas horas depois a luz começou a tomar conta de sua casa, já tinha se alimentado e, terminados seus ritos de proteção diários, perscrutou o Dromo, observou alguns Espíritos que vagavam por ali, conversou com alguns, sempre fazia isso para aprimorar seus conhecimentos. Via necessidade disso, o fazia sentir-se realmente em casa.

Enquanto conduzia seu carro até o oratório ia pensando na próxima missão designada para sua Cabala: investigar uma casa assombrada - lhes disse Ori. Alguns membros da Cabala não simpatizavam com ele, eu sou um deles - esses Mastigois brincam com a mente dos outros da forma que desejam e ele, assim como outros magos, desprezam isso -. Outros o temiam, e com razão. Zathara riu daquilo, adorava ver a cara de assustado do Sebastian quando simplesmente ouvia o nome Ori.



Algum tempo depois chegou ao seu destino. Sebastian e Mathias já haviam chegado. Cumprimentou os dois com um aceno. Odair chegou logo após reclamando do transito e John, bom, esse deveria ser chamado de "o atrasado", por vários motivos, deve ter se distraído com alguma coisa no caminho, típico de um Acanthi, uma borboleta talvez. Pensou e riu.

Com esses ali reunidos discutimos a melhor estratégia e seguimos para nosso destino. Ao chegarmos lá analisamos o terreno, parecia um bairro tranquilo - "até demais", pensou Zathara -, muitas das casas e apartamentos ao redor estavam desocupados com placas de vende-se ou aluga-se.


Pouco tempo depois Marcos chegou, o vendedor da imobiliária que iria nos mostrar a casa. O pretexto era que queríamos alugar a tal casa assombrada. Marcos, no entanto, demonstrava um certo desconforto quando entrou na residência. Era uma casa muito bem conservada e estava toda mobiliada, como se seus antigos moradores a tivessem deixado às pressas. Após alguns instantes , já dentro da casa, escutamos alguns barulhos estranhos, como se crianças estivessem chorando, o que mais tarde descobrimos ser um radio antigo que estava no fundo da casa e que funcionava de forma estranha, como se fosse ativado através de magia.


Ao analisar o local descobrimos que existia alguém ali alem de nós, e pelo que parecia não estava contente com seus visitantes. O sujeito estava escondido em algum tipo de porão abaixo da sala de estar. Odair observou-o com clarividência, embora a sala estivesse muito escura.


O barulho ficou mais intenso e nesse instante Marcos quase teve um ataque cardíaco, era só olhar para o mesmo para ver o terror estampado em sua cara. Odair conseguiu acalmar os sentimentos do vendedor utilizando suas magias, enquanto Jhon procurava detalhes sobre o esconderijo de nosso anfitrião. Descobriu uma passagem secreta, um buraco no chão, próximo a parede, escondido por um tapete, mas após levantar o tapete sentiu como se havia levado um choque. Uma corrente elétrica percorreu seu corpo fazendo com que o mesmo soltasse o tapete no mesmo instante.

Ao nos contar o ocorrido decidimos que era hora de despacharmos o vendedor com alguma desculpa e dissemos que tínhamos gostado da casa e que lhe ligaríamos para acertar os detalhes. O mesmo quase nem se despediu, entrou em seu carro e saiu com uma pressa imensa, como se estivesse vendo fantasmas. Eremes apareceu depois de ligarem para ele. Analisando as ressonância na frente da casa identificou uma nimbus em resquícios de magia do Arcano Forças. Eram espécies de asas de couro, como de morcego, porém decaídas, como se estivesse corroídas.

Após, decidimos entrar na casa e resolver esse assunto de uma vez por todas. Sebastian conseguiu facilitar nossa entrada na casa, utilizando-se do Arcano Matéria. Após algumas análises mais abrangentes, descobrimos que se tratava de um mago que estava ali, e era ele quem estava criando essas conturbações e espantando a vizinhança. 


Zathara disse: 


- Quem iria querer facilitar as coisas? 

Nossas ordens eram neutralizar o alvo, mas não de forma letal. Toda missão tem que ter um alvo e aquele era para ele como outro qualquer, pensou, e então entrou no esconderijo seguido pelo Eremes, o ambiente estava escuro sujo e um cheiro muito forte e pesado paraiva no ar, e com a ajuda da Visão Noturna que o Obrimoi compartilhou com ele avistou o alvo. Estava sujo, com uma feição horrível, como se estivesse ali por muito tempo, o mesmo usava um escudo mágico de forma improvisada e inconsciente.


Benedito
Zathara tentou imobilizar o alvo através de força física, mas falhou e isso lhe rendeu alguns hematomas provocados pelo habitante desconhecido. O medo que o mago deixava transparecer era quase palpável, e Odair mais uma vez valendo-se do Arcano Mente conseguiu ultrapassar as defesas do escudo mágico do desconhecido e acalmar os sentimentos do Mago. Após algumas rodadas de conversas e ameaças conseguimos tranquilizar o mesmo. Ele era um desperto que estava amedrontado, pois aquilo era algo que nunca tinha visto sentia se como uma aberração perante aos olhos da humanidade. Pobre coitado, pensou Zathara, mas talvez o fato de não ter um mentor como nós tivemos o tenha deixado daquele jeito.

O grupo seguiu para a sala acima e sentou-se para conversar. Ele nos disse que seu nome era Benedito e que havia fugido pra se esconder de uma pessoa chamada “Batista”, que trabalhava com ele em uma garagem de carros usados, e estava ali havia meses. Benedito apresentava a nimbus de asas de morcegos apodrecidas. Ele nos descreveu a torre que viu em seu despertar, e foi facilmente percebido que se tratava da Torre da Chave  de Ouro, tratando-se pois de um Obrimoi. Entretanto, ele se recusou a aceitar sua nova condição, achando que seria um monstro.



Também nos contou que periodicamente aparecia um sujeito estranho para falar com ele, às vezes normal e as vezes com chifres, rabo e pele vermelha, e que tatuava em sua pele alguns desenhos estranhos com uma tinta vermelha, dizendo-lhe que era pra ajuda-lo a não sentir mais aquelas coisas estranhas e que o afligiam tanto.

Após discutir as opções com seus colegas, chegaram ao consenso de contatar alguém do Consilium a fim de obter ajuda de como proceder nessa situação. Por telefone falaram com o Ori e o mesmo enviou a Sonante - nada melhor que um Guardião do Véu para resolver esse problema. A artífice disse que aqueles desenhos eram Runas Atlantes e nos informou que uma parte da alma dele havia sido removida, e isso talvez explicasse o motivo do comportamento estranho que Benedito apresentava. Em seguida ela o pois para dormir com a utilização de magia e o levou. Por fim a missão foi comprida, uma simples batalha em uma guerra que estava longe de acabar, pensou Zathara.




Status da missão: Cumprida
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